Wanderlust - sobre a paixão de viajar

Minha sempre presente vontade de viajar (e a conseqüente impossibilidade financeira de fazê-lo) é algo que me consome tal qual uma doença: destrói minha alegria em pedaços, me deixa enfraquecida ante um vazio de improvável definição. É que quando me despeço de alguém, sinto como se toda uma força invisível me compelisse a ir junto da pessoa. Não necessariamente por um carinho tão grande que me impedisse restar longe da tal fulana, mas porque é insuportável pensar que aquele alguém estará sentindo emoções das quais eu não posso compartilhar.
Também quero sentir a ansiedade que a invade diante da espera do ônibus ou avião que a levará para longe. Também quero arrumar malas e nelas depositar todas as idealizações que foram sendo preparadas sobre o destino que a aguarda. Também quero admirar as paisagens – aéreas ou terrestres – que irão se formar diante de sua janela. Também quero sentir o cheiro do lugar distante, tocar o ar que não ronda diariamente os limites de minha casa. Quero observar os desconhecidos do novo lugar, que em nada diferem dos conhecidos de minha própria cidade, mas que não sei que toque especial os faz tão admiráveis e inexplorados quanto qualquer ponto turístico daquele lugar. Quero juntar lembranças, coletar experiências e colecionar histórias junto da pessoa que se despede de mim.
E quando me vejo inteiramente absorta em pensamentos, nos limites da região de embarque, peço que não zombem de mim, tampouco reduzam a completude de meus sentimentos ao jargão de “inveja”: todos sabem o turbilhão de emoções, nobres ou não, que compõem uma paixão.

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